quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tempo na internet: qual a medida?



Tempo na internet: qual a medida?
Divertir-se on-line sem abrir mão dos outros prazeres e obrigações, é o segredo para conseguir uma vida mais equilibrada.
Passar horas na internet todos os dias pode parecer ser divertido, mas para ter uma vida mais equilibrada e saudável, é preciso reservar tempo para outras atividades, como ler um livro, uma revista, conversar pessoalmente com os amigos e a família, estudar, praticar exercícios físicos, sair para dançar, ir ao cinema, ao clube. Enfim, conviver com o mundo real.

Segundo a psicóloga Luciana Ruffo*, é consenso entre os estudiosos que a internet é uma ferramenta maravilhosa para os estudos, o conhecimento e os relacionamentos. Porém, ela deve ser usada com moderação. "Se a pessoa não precisa da internet para fins profissionais, não há motivo para passar oito ou dez horas na frente do computador", afirma Luciana.

Para a psicóloga Maluh Duprat*, o tempo dedicado à internet deve ser o mesmo que você reservaria para outras atividades, como estudar para uma prova ou conversar com os amigos. "Acho que duas ou três horas diárias são suficientes", afirma Duprat.

Para saber se anda exagerando, elas sugerem que você se faça algumas perguntas:

Você abre mão de sair para a balada para ficar em casa online? Quando perguntam quantas horas você passa na internet, você costuma mentir e dizer menos horas? Faz suas refeições na frente do computador? Tem mais amigos virtuais que reais?

Se você respondeu sim a elas, as psicólogas alertam que provavelmente está passando um tempo excessivo à frente do computador. Todo tipo de excesso em nossas vidas deve ser questionado, inclusive esse. Se você já prefere ficar na internet a qualquer programa, pode estar com um problema que deve ser atacado. Lembre-se que relegar outras atividades ao esquecimento limita sua vida social e suas descobertas, especialmente nesta fase da vida, tão especial.

Além disso, passar horas seguidas em frente ao computador gera um grande estresse emocional e físico. "A pessoa fica cansada, tensa e, muitas vezes, sofre problemas nos tendões, como tendinite e LER (lesão por esforço repetitivo). Eu acredito que, para um jovem, que não tem a internet como ferramenta de trabalho, de três a quatro horas conectado seja mais do que suficiente", diz Luciana.

O melhor de manter a diversificação de atividades em sua vida é conviver com pessoas e gostos diferentes. "O importante é buscar o que há de melhor em cada uma para nossa vida. A internet, por exemplo, ajuda as pessoas que partilham das mesmas paixões e interesses a trocarem idéias, se informarem, mas o contato pessoal é insubstituível", afirma Maluh.

Quem é tímido também tem na rede mundial uma fantástica aliada. "Sem se identificar, o jovem pode testar seu potencial, desenvolver devagar suas habilidades de conversa e conquista, ver o que funciona e o que não dá certo. Aí, quando for conversar com alguém ao vivo, ele se sentirá mais confiante", diz Luciana.

Quando se trata de internet não se pode deixar de falar em procedimentos de segurança: não passe informações pessoais a estranhos (endereço de casa ou da escola, horários, senhas, número do cartão de crédito etc) e procure não expor sua intimidade em sites de relacionamento. Aproveite tudo o que a internet tem de bom, mas fique longe dos exageros!

*Luciana Ruffo e Maluh Duprat são psicólogas colaboradoras do Núcleo de Pesquisa em Psicologia e Informática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que estuda a interação das pessoas com a tecnologia.

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