terça-feira, 26 de agosto de 2008


Podemos imaginar o assombro dos Magos diante do Menino em fraldas! Só a fé lhes permitiu reconhecer na figura daquele menino o Rei que procuravam, o Deus a quem a estrela lhes havia guiado. Nele, cobrindo o abismo entre o finito e o infinito, entre o visível e o invisível, o Eterno entrou no tempo, o Mistério se deu a conhecer, mostrando-se diante nós nos frágeis membros de um menino recém-nascido. «Os Magos estão assombrados diante do que ali contemplam: o céu na terra e a terra no céu; o homem em Deus e Deus no homem; vêem encerrado em um pequenino corpo aquilo que não pode ser contido em todo o mundo» (São Pedro Crisólogo, Sermão 160,2). Durante estas jornadas, neste «Ano da Eucaristia», contemplaremos com o mesmo assombro a Cristo presente no Tabernáculo da misericórdia, no Sacramento do altar. Queridos jovens, a felicidade que procurais, a felicidade que tendes direito de saborear, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Só Ele dá plenitude de vida à humanidade. Dizei, com Maria, seu «sim» ao Deus que quer entregar-se a vós. Repito-vos hoje o que disse ao princípio de meu pontificado: « Quem deixa Cristo entrar [na própria vida] não perde nada, nada – absolutamente nada – do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade se abrem as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta» (Homilia no solene início do ministério petrino, 24 abril 2005). Estejais plenamente convencidos: Cristo não tira nada do que tem de formoso e grande em vós, mas sim leva tudo à perfeição para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo.

Eu vos convido a que vos esforçeis nestes dias a servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo vos permitirá provar interiormente da alegria de sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois em vosso redor. Que vossa presença nesta cidade seja o primeiro sinal de anúncio do Evangelho mediante o testemunho de vosso comportamento e alegria de viver. Façamos surgir de nosso coração um hino de louvor e ação de graças ao Pai por tantos bens que nos deu e pelo dom da fé que celebraremos juntos, manifestando-o ao mundo desde esta terra do centro da Europa, de uma Europa que deve muito ao Evangelho e aos que deram testemunho dele ao longo dos séculos.

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